a) temporada 2007/2008

Quem diria…que, quando iniciámos, em 1978, a actividade teatral como companhia profissional, haveríamos de chegar aos 30 anos de trabalho continuado, sem nunca ter deixado de privilegiar o público infanto-juvenil nem a cidade do Porto.

Se em Julho de 1978, Pé de Vento estreou (e se estreou com) um espectáculo de Manuel António Pina – Ventolão, o maior intelectual do mundo – em 2008 irá estrear mais um espectáculo com texto deste autor, reafirmando uma cumplicidade artística que se tem mantido ao longo destes 30 anos.

Para assinalar esta efeméride, estamos a elaborar um programa de actividades específico, de que daremos mais pormenores no início do próximo ano.

Mas a temporada 2007/2008 não se esgota nas comemorações dos 30 anos da nossa companhia. Já a partir da 2ª quinzena do mês de Outubro, iremos dar início a uma nova série de espectáculos que, sob o título Palavras para que vos quero, proporcionará aos mais novos um contacto mais estreito com a poesia portuguesa.
Em Fevereiro e Março, o Senhor Juarroz, de Gonçalo M. Tavares (Grande Prémio de Conto “Camilo Castelo Branco”), voltará a subir à cena para mais um mês de representações. Em Maio, começarão os festejos dos 30 anos, com a estreia da peça de Manuel António Pina que permanecerá em cena até fins de Julho.

Esta é mais uma temporada do Pé de Vento, cuja prática teatral tem procurado espelhar a coerência artística de um projecto que se foi concretizando ao longo das três últimas décadas, patente no sentido poético dos textos encenados, não obstante a diversidade dos seus autores, e no profissionalismo que pomos nos espectáculos apresentados. Um dos nossos objectivos principais continua a ser o de ir ao encontro das inquietações dos nossos espectadores, inscrevendo os problemas da sociedade actual, e a sua apetência estética.
A Direcção

b) temporada 2007/2008 - PALAVRAS PARA QUE VOS QUERO


encenação joão luiz

interpretação rui spranger




PALAVRAS PARA QUE VOS QUERO são leituras/espectáculo. Ou seja: espectáculos onde a leitura adquire uma maior relevância na relação actor/espectador, de modo a que a força expressiva conduza o espectador/ouvinte à fruição da palavra poética, corporizada na voz do actor Rui Spranger

Com Palavras para que vos quero, Pé de Vento quer proporcionar aos mais novos o encontro com a poesia, procurando, através destes espectáculos, a redescoberta da língua portuguesa e da dimensão criativa da linguagem literária.
Por isso, a par dos escritores sugeridos no Plano Nacional de Leitura e dos recomendados nos estudos curriculares, poderão ser escolhidos outros poetas relevantes no panorama da poesia portuguesa.

• duração: 50 minutos seguido de debate
• classificação: módulo 1 - m/ 6 anos
módulo 2 – m/ 12 anos
• capacidade máxima de 106 alunos

2 leituras/espectáculo:

- Uma, destinada ao público dos 6 aos 12 anos, que incluirá textos de poetas consagrados da literatura infanto-juvenil, como Álvaro Magalhães, Jorge Sousa Braga, Manuel António Pina, entre outros. Nesta leitura/espectáculo, iremos privilegiar o lado lúdico da linguagem.

- Outra, para jovens com mais de 12 anos, que contará com uma selecção de textos mais ampla, de modo a levar o público escolar à descoberta do universo prodigioso da poesia portuguesa.



Disponibilidade
15 de Outubro a 30 de Novembro de 2007
7 de Janeiro a 1 de Fevereiro de 2008

3ª a 6ª às 11h00 e 15h00

c) temporada 2007/2008 - O SENHOR JUARROZ


texto gonçalo m. tavares / roberto juarroz

encenação joão luiz

interpretação patrícia queirós / rui spranger

O Senhor Juarroz é um espectáculo construído a partir do texto de Gonçalo M. Tavares com o mesmo título (um dos livros que integra o conjunto de edições a que o autor chama O Bairro), e que nos leva para o outro lado das mais variadas situações do quotidiano, fazendo-nos ver de outro modo o que existe, ou ver o que ainda não sabíamos que existia.
Estes pontos de vista são reforçados com a introdução de poemas curtos de Roberto Juarroz.


• duração – 60 minutos seguido de debate
• classificação – m/ 10 anos
• capacidade máxima de 106 alunos

O Senhor Juarroz acha que o mundo podia ser melhor se a realidade não fosse como é.
Ele é uma “personagem” que, com receio de enfrentar os outros, inventa um mundo exterior diferente da realidade e feito à sua medida, talvez como cada um de nós.
Tudo o que vem de fora, da rua, é hostil e representa uma ameaça ao seu mundo interior, sobretudo quando essa realidade invasora não o deixa estar só com os seus pensamentos. Ou melhor: com os seus botões.
Serão os botões do Senhor Juarroz a chave de um mundo mágico, onde tudo é real e irreal ao mesmo tempo?

Gonçalo M. Tavares nasceu em 1970. Foi bolseiro do M. da Cultura - IPLB com uma bolsa de Criação Literária para o ano 2000, na área de poesia.
Em 2003 recebeu o Prémio Branquinho da Fonseca da Fund. C. Gulbenkian e do Jornal Expresso com a obra O Senhor Valéry, e o Prémio Revelação de Poesia da Assoc. Port. de Escritores com Investigações.Novalis
O Senhor Valéry foi traduzido para francês e editado em 2003 na “Joie de Lire”.
Com o romance Jerusalém vence, em 2004, o Prémio LER/Millenium BCP, e em 2005 o Prémio Literário José Saramago.
Recentemente foi-lhe atribuído o Grande Prémio de Conto “Camilo Castelo Branco”, relativo ao ano de 2006, instituído pela Assoc. Port. de Escritores com o patrocínio da C.M. de Famalicão, com a obra Água, Cão, Cavalo, Cabeça.
Algumas das suas obras têm sido adaptadas para teatro.

SESSÕES PARA O PÚBLICO ESCOLAR

18 de Fevereiro a 14 de Março de 2008
2ª a 6ª às 11h00 e 15h00

SESSÕES PARA PÚBLICO EM GERAL

22 de Fevereiro a 16 de Março de 2008
6ª e sábado às 21h45 / sábado e domingo às 16h00

d) temporada 2007/2008 -HISTÓRIA DO SÁBIO FECHADO NA SUA BIBLIOTECA

texto manuel antónio pina

encenação joão luiz

interpretação rui spranger


Era uma vez um Sábio chinês que vivia há muitos anos fechado na sua Biblioteca e sabia tudo, tudo. Nada do que existia, e até do que não existia, tinha para ele segredos. Sabia quantas estrelas há no céu e quantos dias tem o mundo. Conversava com os animais e com as plantas e conhecia o passado, o presente e o futuro. Ora, como conhecia todas as coisas, a sua vida era, claro, muito triste e desinteressante. Mesmo as coisas mais misteriosas, como, por exemplo, os cortinados agitando-se com o vento, ou, à noite, os móveis rangendo como se falassem uns com os outros, não tinham para ele qualquer mistério. Até que um dia um estrangeiro bateu à porta da Biblioteca…
Manuel António Pina

• duração – 50 minutos seguido de debate
• classificação – m/ 6 anos
• capacidade máxima de 106 alunos

Manuel António Pina é autor, entre outras, de mais de três dezenas de obras de poesia, crónica, ensaio, e literatura infantil e ainda de duas dezenas de peças de teatro. Obras suas têm sido levadas ao cinema, TV e BD, bem como musicadas e editadas em disco. Foi bolseiro do Centro Internacional de Teatro de Berlim junto do Grips Theater / Berlim e poeta residente convidado da cidade de Villeneuve-sur-Lot / França. Integrou as representações oficiais de Literatura Portuguesa na Feira do Livro de Frankfurt (1997) Salão do Livro de Paris (2000) e Salão do Livro de Genève (2001). Recebeu, entre outros, os seguintes prémios: Prémio de Poesia da Casa da Imprensa, 1978; Prémio Gulbenkian, 1986/87; Prémio do Centro Português de Teatro para a Infância e Juventude (CPTIJ) 1988;Prémio Nacional da Crónica Press Club/Clube de Jornalistas 1993; Foi distinguido com o Prémio Seiva 1996; Prémio Luís Miguel Nava de Poesia 2003; Grande Prémio de Poesia da Associação Portuguesa de Escritores/CTT 2003; Prémio Gazeta de Mérito do Clube de Jornalistas 2006.

SESSÕES PARA O PÚBLICO ESCOLAR

19 de Maio a 19 de Julho de 2008
2ª a 6ª às 11h00 e 15h00

SESSÕES PARA PÚBLICO EM GERAL
14 de Junho a 19 de Julho de 2008
sábado às 21h45 / sábado e domingo às 16h00

e) temporada 2007/2008 - ENCONTRO DE BASTIDORES

Percurso pelo Teatro

7 A 18 DE ABRIL DE 2008
2ª a 6ª feira às 11h00 e 14h00


ENCONTRO DE BASTIDORES é um percurso pelo teatro onde o público contacta com o outro lado do teatro – o que não se vê no palco mas está sempre presente...

Neste sentido um actor conduz o grupo através da totalidade das instalações do Teatro da Vilarinha – camarins, oficina de construção de cenários, atelier de confecção de figurinos, cabina de luz e de som, sala de ensaios e de leitura, serviços administrativos e por fim o palco e o sub-palco, sem esquecer os bastidores.

Ao longo do percurso os visitantes contactam ainda com adereços, peças de cenários e figurinos, num encontro com actores, técnicos e demais elementos da companhia, com os quais deverão procurar esclarecer todas as suas interrogações.

Tendo em conta que parte dos elementos do Pé de Vento serão surpreendidos no exercício das suas tarefas quotidianas, um dos objectivos com o debate é permitir um conhecimento mais circunstanciado da vida do teatro.

Esta actividade visa, igualmente, o desenvolvimento de novos públicos com uma outra compreensão do espectáculo de teatro, tanto mais que sem esse lado não visível o do palco não seria possível.